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segunda-feira, 11 de março de 2013

Aprendendo com os erros

Fiz várias coisas o dia todo.

Desde pequenas coisas, até outras que me tomaram muito tempo.
Levei praticamente a manhã toda para registrar uma ocorrência sobre algumas apreensões realizadas na sexta-feira passada.

Quando chegamos ao local na sexta-feira, havia várias pessoas.
Em um primeiro momento, peguei o nome de todo mundo, depois de procedida a revista, claro.

Os outros colegas realizavam as buscas na pequena e desorganizada casa.
Eu permanecia fora da casa, vigiando os indivíduos que foram convidados a sair.

Vigiando é até um termo que diz mais do que realmente foi.
Pedi para que eles aguardassem do lado de fora, todos juntos, e permaneci ali com eles, conversando.

Foi uma busca demorada.
Em dado momento, um deles reclamou que eu os mantinha na garoa.

Então eu disse que também estava na garoa com eles e que ela nem estava tão incômoda.
Apreendemos alguns objetos.

Para responder ao Judiciário, fui fazer o registro de ocorrência hoje.
Resolvi cadastrar todos os indivíduos que lá estavam e aí percebi uma falha minha.

Como eles não possuíam documentos, peguei apenas os nomes.
Deveria pegar, ao menos, a data de nascimento também.

Quando consultamos nos sistemas policiais, um nome relativamente comum, dificulta e atrasa a procura.
Durante a tarde, um levantamento em um suicídio tentado.

Ah, esqueci de falar, estou de sobreaviso essa semana novamente.
De resto, pequenas tarefas que me tomaram o dia todo.

7 comentários:

  1. Nao querendo desmerecer seu trabalho, mas nao acha meio chato isso, nao? eu leio seu blog com sua rotina e me parece tudo tão burocrático e tedioso... nao que eu queira que voce entre num tiroteio todo dia, cara... mas eu tenho dois tios que sao policiais civis a mais de 20 anos e o que eles falam é totalmente diferente do que voce escreve.. tanto que eu já decidi que após terminar a faculdade vou fazer o concurso pra polícia aqui do meu estado... explicando.. eles falam mais sobre investigaçao.. de perseguir bandido perigoso sem ser notado e ai prender o cara quando ele menos espera.. de trabalho disfarçado.. de ficar espionando pessoas.. sabendo as rotinas delas... tirando foto de algum predio ou em carro escondido.. nada de trabalho dentro da delegacia.. um ja precisou se fingir de mendigo e ficar morando na rua durante cinco dias pra prender um cara que tinha roubado e matado mais de cinco pessoas.. e outro fingiu ser carteiro e camelô numa praia, com uma submetralhadora na bolsa.... tipo.. parece ate coisa de filme.. super interessante eles contando as historias.. e claro.. alguns confrontos tambem.. um chegou a levar um tiro na coxa que entrou e saiu e claro ele matou esse cara que atirou nele.. mas ele precisa tomar um remedio ate hoje por causa do tiro... eles dizem que a principal característica que um policial civil deve ter é saber se misturar e nao chamar atençao... enfim.. bem diferente do que voce fala aqui...
    abraçao

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    1. Como já disse e repito, a realidade de grandes centros é um pouco diferente de onde eu trabalho.
      Trabalho em uma cidade de fronteira, com 63 mil habitantes.
      Além disso, cada um tem uma função na Delegacia.
      Quem daria andamento aos procedimentos se todos ficassem na rua investigando?
      Eu faço investigações, talvez não tão mirabolantes e complexas quanto às narradas, mas não posso mencioná-las aqui, estaria incorrendo em crime.
      Tem dias, sim, que o trabalho é mais tedioso, mas onde não é?
      No geral, relato apenas 10% do que eu realmente faço durante o dia, mas tudo isso é em função de que não posso expor no que estou trabalhando, expor os colegas ou me expor.
      E se as vezes o relato é tedioso é exatamente pra mostrar que tem dias em que o trabalho é assim mesmo.
      Abraço!

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    2. ok.. valeu por responder.. eu conversei mais com meus tios e eles falaram basicamente isso que voce disse...e explicaram um pouco onde trabalham.. um trabalha na divisão de homicídios e outro na divisão de capturas...eles disseram que fazem parte de um grupo seleto de policiais que trabalham com disfarce e campana (um disse que o nome mais correto é vigilância)... e ja que o numero é reduzido, eles so trabalham em casos que fica na midia ou que tem algum interesse politico, infelizmente.. enfim.. fizeram tambem uma critica sobre isso.. porque segundo eles em paises desenvolvidos quem faz essa parte administrativa/burocrática é a policia uniformizada.. e em muitos casos a ocorrencia é registrada e resolvida na viatura do patrulheiro, pelo computador.. nao tem todo esse processo aqui do brasil.. ai se aqui funcionasse assim, todo o trabalho seria mais eficiente.. porque policia civil deve ser somente pra investigaçao.. espero ter a sorte deles quando virar policial civil...
      abraço!

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  2. Oi Luiz, tenho lido sempre o seu blog e é a segunda vez que escrevo. Creio que trabalho burocrático sempre haverá, mesmo que seja em dps de grandes centros urbanos. Continue escrevendo mesmo que o dia não tenha sido agitado, pois sua proposta é mostrar o cotidiano de um pc. Olha só, estou à espera do psicotécnico do concurso da polícia civil de Alagoas. Como foi o psicotécnico daí do Rio Grande, você estudou para ele? Fiz o último concurso da civil de Santa Catarina (morava lá, agora retornei pro nordeste), mas reprovei na barra, portanto não cheguei no psico. Agora tenho fé que tudo dará certo, pois estudei que nem um condenado pra esse concurso e estou bem colocado.
    Abraço e tenha um bom trabalho!
    Diego

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  3. Realmente o pessoal acha que todo dia é ação. Tem dias que tem que ficar na DP e fazer a papelada. Não adianta só prender, tem que "colocar no papel" pra ter a condenação.

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