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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Munição nova.


É interessante como não temos domínio sobre o trabalho.
Por vezes organizamos o que iremos fazer.

Outras vezes, somos conduzidos por situações que se apresentam, desde as mais simples, até algumas mais complicadas, como crimes graves que ocorrem.
Situações que se apresentam inesperadamente e acabam com o planejamento do dia, desde que este não seja mais importante, claro.

Hoje foi um dos dias em que consegui controlar o trabalho durante todo o dia.
E foi um dia tranqüilo.

Ainda durante a manhã, ouvi uma vítima e oficiei representando por um MBA.
O resto do dia foram diligências diversas por toda a cidade, colhendo informações aqui e ali e reafirmando afinidade para futuras informações.

No final do dia recebi novas munições depois de seis meses.
Quantas? Dez.

Sim, dez munições.
É estranho, já que os três carregadores da pistola, entregues junto com ela, suportam pelo menos quinze munições.

Quando tomei posse, recebi uma caixa com 50 munições.
Destas, gastei 14 treinando e me adaptando à pistola.

É pouco, eu sei.
Mas com o preço das munições não é fácil de ficar dando muitos tiros por conta própria.

Espero um momento oportuno para recarregar os cartuchos e poder voltar a atirar.
Até lá, tomara que não seja preciso gastar minhas poucas munições.

Se for, que eu seja preciso e econômico.

5 comentários:

  1. Luiz, tudo certo? Espero que esteja!

    Será que não teria como solicitar mais munição, alegando que você utilizou ou pretende utilizar as já fornecidas para treinamento? Pois já que a instituição não oferece a possibilidade de praticar tiro em um estande e com munições de treinamento da Polícia, você precisa fazê-lo por conta própria e, como dito no texto, não tem como pagar por muitas munições. Já conversou com colegas que precisaram usar a arma de fogo fora do serviço, questionando-os se foi muito burocrático para reaver a quantidade de munições utilizadas?

    Eu nem me importo com a quantidade ínfima de munição que me disponibilizam. Aqui, são 25 munições .40 S&W por ano. Não me importo porque eu costumo praticar bastante por conta própria, vou a um estande privado uma vez por mês e atiro pelo menos 50 vezes, 25 com cada pistola minha, que são de calibres diferentes. E logo essa conta aumentará com a chegada das novas armas .45 ACP e .357 Magnum (diversão garantida).

    Fora do horário de serviço, no dia-a-dia, uma pistola e dois carregadores sobressalentes estão mais do que adequados, até porque, dificilmente, em uma reação a uma tentativa de roubo ou em uma tentativa de emboscada será necessário atirar mais de 15 vezes, por exemplo. Sobretudo, de acordo com o que você fala da região onde está. Mas, claro, sempre poderá haver uma exceção, infelizmente. E a probabilidade de haver uma situação em que serão necessários mais tiros aumenta durante o serviço, com vocês identificados como Policiais ou outras pessoas sabendo quem são vocês, mesmo com viatura descaracterizada. Por isso, trate sempre de pegar mais uma arma na DP e mais munição quando for sair para alguma diligência. Não dê sorte pro azar! Muitos Policiais, inclusive eu, temos histórias pra contar de confrontos intensos que se iniciaram durante uma situação cotidiana em que, aparentemente, não havia riscos de acontecer um confronto. Por isso, estar preparado é tudo!

    Como até já disse aqui nos comentários do seu blog, eu sempre porto duas pistolas, mas isso se deve às características do Rio de Janeiro. Pois aqui não é incomum haver os chamados 'bondes' - vários carros com bandidos armados de fuzis-, aí, não dá para 'marcar bobeira'. No meu atual serviço, não é comum portar fuzil, pois zelamos pela discrição, logo, não podemos portar fuzis na maior parte do tempo, nem podemos deixá-lo na viatura, correndo o risco dele ser furtado. Mas quando estava lotado em DP, sempre que saíamos, tínhamos um fuzil na viatura e alguém o portando para fazer a proteção com a arma longa; já em operações nas favela, todos com fuzis.

    Abraço e bom trabalho!

    Papa Charlie

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    1. Cara, pelo que os colegas falam, pedir ou não pedir mais munição é a mesma coisa.
      Não mandarão mais munição com a justificativa de que eu preciso para treinamento.
      Já fui perguntado sobre o uso de fuzis, mas aqui o porte desse calibre não é comum, sendo utilizado em situações pontuais.
      Mas é como eu sempre digo, é uma adequação para cada região.
      Abraço!

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  2. Luiz (Papa Charlie pode confirmar ou desdizer isso), um de meus professores aconselhou a tirar CR de colecionador (mesmo sendo policial) para não ter restrição quanto à quantidade e calibres de armas (com a nova portaria policiais não tem mais essa restrição), aconselhou também a se filiar a um clube de tiro esportivo e aprender (fazer um curso ou com a prática mesmo) a fazer as próprias munições, quem tem CR de colecionador está autorizado a isso (policiais não).

    Assim você poderá fazer seus treinos em stands particulares, portar suas armas (nesse caso como policial) e treinar a um custo mais baixo (com as munições recarregadas).

    Seria como juntar o melhor de 2 mundos, gostaria de saber se é isso mesmo, pois me interessou muito, Papa Charlie confirma isso?

    Abraço
    Fábio D.

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  3. Fábio, há um equívoco na sua mensagem. É verdade que quem possui o Certificado de Registro de atirador/colecionador no Exército Brasileiro pode comprar qualquer arma, independentemente, do calibre. No entanto, mesmo sendo Policial, não pode portar essas armas. Pois o porte de arma do Policial apenas dá o direito de registro e porte, fora do horário de serviço, de armas de calibre permitido, com exceção da arma institucional. Se não fosse assim, a nova portaria do EB não faria sentido. O CR de atirador e colecionador apenas permite o registro e a posse da arma em casa. Caso queira levar a arma para praticar em algum estande ou participar de algum campeonado, é necessário a Guia de Tráfego e a arma deve estar desmuniciada e guardada no carro, com difícil acesso; nada de porte.

    Lembro-me de um Delegado de Polícia, possuidor do CR de atirador e dono de algumas armas de calibre restrito, que há alguns anos tentou conseguir na Justiça o direito de portar essas pistolas e não teve sucesso. O Juiz alegou que o Delegado já tem o direito de portar a .40 institucional e tem outras armas de calibre permitido. Então, segundo o Juiz, se Delegado já pode portar uma pistola de calibre restrito, ele não precisa portar as .45 e 9mm que somente podem ficar em sua casa.

    A respeito da nova portaria do EB (Nº 1042/2012), ela é bastante restritiva, sim. Porque permite o registro e porte de somente duas armas de calibre restrito e elas devem ser da indústria nacional. Ou seja, mesmo se eu tivesse o CR de atirador e as melhores pistolas do mundo, como: Sig Sauer, CZ, Glock, Heckler & Koch, Beretta, Smith & Wesson, Colt, Remington etc, eu não poderia portá-las. Tanto que as armas que eu reservei, recentemente, são da Taurus e IMBEL, ambas nacionais. E a minha Glock G25 é .380. Ah, e o Policial que adquirir essas armas, de acordo com a nova portaria, não poderá portá-las durante o serviço - mais uma restrição.

    Por isso, eu não tenho o CR de atirador e nunca tive o interesse de ter porque não vejo vantagem alguma. Pra mim, ter uma arma em casa e não poder portá-la é o mesmo que não tê-la. Uma curiosidade: muita gente acha que quando se fala 'qualquer arma', há um certo exagero; não é verdade. Quem tem o CR de atirador/colecionador pode, realmente, ter qualquer arma que quiser, basta ter dinheiro para comprar. Eu conheço dois empresários (possuidores de CR de colecionador e atirador) que têm em suas casas os fuzis AK-47, M16, M4 e FAL, todos municiados; essas armas custaram uma pequena fortuna.

    Pelo meu tempo de Polícia, pude constatar que é uma minoria que tem CR. Basicamente, são aqueles Policiais que têm muito entusiasmo pela prática de tiro, que participam de campeonatos, que são ou têm a intenção de serem profissionais de instrução de tiro e com ótimas condições financeiras. A maioria se contenta com a pistola da Polícia, e outra parte adquire alguma pistola ou revólver de calibre permitido. E sobre a questão da munição: eu detesto munição de treinamento, pois sempre falha.

    No mundo ideal, no meu modo de ver, no modo de ver de muita gente de bem e da maioria das pessoas dos países de primeiro mundo, não deve haver essa restrição à armas e/ou calibres. Se dependensse de mim, todos poderiam adquirir qualquer arma apenas apresentando o documento de identidade. Mas para tentar não ir muito além da atual lei brasileira, que é uma piada de mau gosto, pelo menos todos os policiais deveriam ter o direito de portar qualquer arma, de qualquer calibre. E, claro, as armas terem um preço mais acessível. Eu gostaria muito de ter um fuzil em casa e, se achasse necessário, tê-lo em meu carro. Afinal, se os traficantes andam, livremente, com fuzis por aí, por que eu não posso?! Enfim, arma nas mãos das pessoas de bem é sinônimo de paz!

    Abraço!

    Papa Charlie

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  4. Obrigado pelos esclarecimentos Papa Charlie, então o CR de colecionador te permite ter qualquer arma, mas elas não podem sair de sua casa (a não ser com autorização do EB para treino como citado por você).

    Eu ainda estou muito cru nesse meio, sempre gostei de armas e sou um colecionador por natureza, se entrar por esse caminho vou à falência pois é uma coleção muito cara (e sem sentido se não podemos usá-la), acho melhor nem tentar tirar esse CR então.

    Abraço
    Fábio D.

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