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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Dia movimentado

Terça-feira.

Como esperado, o dia foi agitado.
Realizamos um auto de reconhecimento pessoal.

Como é algo que exige praticamente um cerimonial e ocupa grande parte dos colegas, juntamos vários procedimentos e fizemos vários reconhecimentos.
Ainda pela manhã tentei tomar o depoimento de várias vítimas, mas consegui contato com poucas e nem todas se disponibilizaram em comparecer.

Lição para a próxima: organizar-me melhor e de forma antecipada.
Depois de findo o reconhecimento, saí com outro colega em uma viatura discreta diligenciar em alguns bairros da cidade.

Ao passar por um conhecido ponto de venda de drogas, percebemos que um veículo parou em frente ao lugar, alguém desceu, voltou e o veículo imediatamente saiu.
Cortamos caminho, pegamos uma rua principal, enquanto o veículo estava logo atrás.

Decidimos abordá-lo.
Como percebemos que havia quatro pessoas no carro, ligamos e pedimos auxílio de outros dois colegas.

Marcamos um ponto de abordagem.
Ao nos aproximarmos do ponto de abordagem, ligamos a sirene da viatura discreta e fizemos sinal para que o veículo estacionasse.

Os outros colegas, que esperavam mais a frente, logo chegaram para auxiliar.
Determinamos que todos saíssem do veículo e os revistamos.

Enquanto um colega conversava com o motorista, revistamos o carro.
Olhamos todos os lugares que poderiam esconder algum invólucro com droga.

O primeiro lugar em que olhei foi dentro de uma carteira de cigarros que estava no painel, pois é um esconderijo comum.
Não encontramos nada.

Como o motorista estava sem habilitação e sem documentos, chamamos a Brigada Militar para notificá-lo.
Assim que eles chegaram, saímos do local e deixamos tudo a cargo deles.

Fiquei pensando que, muito embora o senso comum diga que ser usuário “não dá nada” (e realmente não dê mesmo), no grande constrangimento que era ser abordado pela polícia.
Bom, pelo menos eu ficaria extremamente constrangido, não sei se esse é um sentimento comum.

Ser abordado por duas viaturas, mesmo que discretas, com curiosos aglomerando-se mesmo que de forma distante e olhando para tudo o que se passava.

Acredito que mesmo que uma abordagem dessas não cause muitos danos legais àquele que se define como usuário, causa um constrangimento considerável, principalmente tratando-se de uma cidade pequena ou média, onde as pessoas se conhecem.
Mas enfim, são apenas divagações, já que, provavelmente, eles não pensem assim.

Quem tem muito a perder pensa em como se portar, no que se pode ou não fazer.
Quem não tem, apenas faz.

2 comentários:

  1. Muito bom parceiro.
    Axo interessante sua visão em relação a preocupação com as pessoas.Por mais errada que estejam.
    Vejo vc um cara que acrescenta muito na policia parceiro(sem querer puxar o saco).De verdade!

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