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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Operação Castelo de Areia


Na quinta-feira fiquei sabendo que fora designado para levar uma viatura até São Luiz Gonzaga.
O veículo seria utilizado em uma operação.

Eu não participaria.
Deveria esperar que ela terminasse e, então, retornar para São Borja.

Mais tarde, quando fui pedir mais detalhes, tudo havia mudado.
Eu iria para a operação.

Apenas eu de São Borja.
Não tinha detalhes de nada.

Não sabia onde seria realizada a operação.
Redigi minha Ordem de Viagem com os elementos conhecidos e passei para que o Delegado assinasse.

Em contato telefônico com um colega de São Luiz Gonzaga, fui informado de que a viatura deveria ser deixada na Delegacia logo quando eu chegasse.
Eu deveria apresentar-me por volta das 2h30min.

Isso dava indícios de que a operação seria longe.
No mesmo dia, uma colega e eu fomos designados para representar o delegado em um evento particular de uma empresa de São Borja.

Ficamos lá até pro volta de 21h30min.
Depois disso, peguei minhas coisas e rumei para São Luiz Gonzaga.

Chovia razoavelmente na ida.
Cheguei em casa por volta das 23h.

Arrumei minha roupa, meus equipamentos e decidi cochilar aquele pouco tempo, antes de ir para a Delegacia.
Dormi umas duas horas.

Acordei 01h30.
02h20min eu já estava na Delegacia.

Alguns colegas já estavam por lá, outros chegaram depois.
Em princípio, nenhum sabia para onde iríamos.

Quando todos haviam chegado, nos reunimos para que as instruções fossem passadas.
Iríamos para Ijuí, até o parque de exposições, onde mais informações seriam passadas.

Nos deslocamos em comboio até lá.
Chovia muito na viagem.

A única coisa que eu conseguia pensar era como cumprir mandados com aquela chuva.
Molhar pistola e carregadores?

Teria que esperar e ver o que os mais velhos fariam.
Quando chegamos nos parque em Ijuí, percebemos a grandiosidade da operação.

Uma grande quantidade de viaturas denunciava que não era só mais uma simples operação.
A presença de colegas do DENARC, de Porto Alegre, e que não é comum fora da região metropolitana, também chamou a atenção.

Nos reunimos em um salão, onde os delegados um a um, falavam da importância e dos cuidados a serem tomados no cumprimento dos mandados de busca e de prisão.
Confesso que a forte chuva que caía sobre a cobertura impedia que ouvíssemos tudo o que era dito.

Havia 70 mandados a serem cumpridos.
35 de prisão e 35 de busca e apreensão.

Divididos entre Ijuí, Panambi e Catuípe.
As equipes foram divididas com um “guia” cada.

Esse guia, conhecia muito bem cada uma dessas regiões e iria nos acompanhar.
Nosso guia tinha um detalhe em especial.

Utilizava um revólver, aparentemente muito antigo, mas muito bem conservado.
Era detalhado em dourado, bem parecido com armas de filmes de faroeste.

Fomos em quatro viaturas.
Uma delas apenas para fechar a rua e fazer a segurança.

Os colegas de São Luiz Gonzaga e eu ficamos na última viatura.
Seguimos nosso guia até a casa onde seriam cumpridos dois mandados de prisão e um de busca e apreensão.

A chuva forte havia cessado.

Apenas uma garoa ainda persistia.

Chegamos na casa e logo desci rapidamente.
Mesmo sendo rápido, quando entrei no pátio da casa, os colegas já haviam entrado na casa .

Ao me deslocar pelo lado, em direção aos fundos, outro colega já trazia um indivíduo algemado.
Tudo muito rápido.

A grande quantidade de policiais ajudava, também, na hora das buscas.
Procuramos entorpecentes por todos os lugares, desde os comuns até os mais incomuns.

Depois de um tempo, nada havia sido encontrado.
Instintivamente mexi um vaso de flor que estava do lado de fora da casa, ao lado da porta.

Havia um papelote aberto com uma espécie de farelo dentro.
Chamei os colegas mais velhos e eles disseram que parecia muito com crack.

Para mim, parecia farelo de pão.
Mas o papelote era de droga.

Depois de fotografado, foi recolhido.
Outros colegas também concordaram que tinha aspecto de farelo de pão.

Na dúvida, foi apreendido e remetido para perícia.
As pessoas da casa aparentavam normalidade diante de nossa atuação.

A mesma normalidade que havia presenciado na outra operação, em Itaqui.
Depois de tudo pronto, rumamos para a Delegacia, onde tudo já estava organizado para a feitura dos procedimentos de praxe.

Saldo positivo na operação e muito aprendizado.
 


 

http://www.pc.rs.gov.br/conteudo.php?cod_menu=461&cod_conteudo=20662

http://www.ijui.com/index.php?option=com_content&view=article&id=42153-mega-operacao-castelo-de-areia-faz-prisoes-e-apreensoes-em-panambi

http://www.ijui.com/noticias/seguranca/42149-policia-civil-realiza-mega-operacao-castelo-branco-para-prender-traficantes-em-ijui-catuipe-e-panambi

http://www.agoraja.net/site/ver.php?codigo=5318

http://www.radioprogresso.com.br/noticias/segurancapublica/regionaiselocais/6991-operacao-qcastelo-de-areiaq-desmantela-seis-quadrilhas-acusadas-de-trafico-de-drogas-em-ijui-e-regiao

http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/policia/noticia/2012/11/policia-civil-desmantela-quadrilhas-de-trafico-de-drogas-em-tres-cidades-do-noroeste-3960364.html

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI6325562-EI5030,00-Operacao+policial+tenta+desarticular+quadrilhas+no+Rio+Grande+do+Sul.html

9 comentários:

  1. Show de bola hein Luiz, foi um sucesso essa operação, parabéns à toda equipe.

    Abraço
    Fábio D.

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  2. muito bom esse relato... estou passando para galera da PCCE esse site para os novatos, quando posso estou sempre citando-o. Nota 10 vlwwww parabéns... estamos ávidos por novos textos

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  3. Oi, não sei se você poderá me responder, estou com uma dúvida, quando você fez o concurso, estava cursando a faculdade ou ja tinha concluido o curso?

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  4. Ouvi dizer sobre um novo concurso pra agente e escrivão da PCRS pro primeiro semetre do anoque vem. Sabe de alguma coisa?
    Abraço

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    Respostas
    1. Confere a informação RattesC!
      Ouvi falar em 700 vagas, metade para cada cargo.
      Edital, provavelmente, para início do ano que vem.
      Abraço!

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