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terça-feira, 18 de setembro de 2012

A formatura


A formatura, sem dúvida, foi o momento máximo desde o início do concurso.
Não há como descrever.
Chegamos, minha família e eu, com duas horas de antecedência.

Não, não era impaciência minha. Solicitaram que chegássemos esse horário.
Logo vi colegas, conhecidos, amigos, e tiramos muitas, mas muitas fotos (volta e meia aparece uma nova no Facebook).

Logo fomos para nossos lugares na concentração, enfileirados, agrupados por ordem crescente de turmas.

Por volta de 15h30min começamos a entrar no salão principal.

O público do auditório nos aguardava em pé.
Cada um procurando seus conhecidos para mais uma foto, para mais um cumprimento.

E assim nos deslocamos até o palco, para nossos lugares.
Apesar do ensaio, algumas mudanças nos lugares, mas nada de mais.

Eu estava tenso, nervoso.
Nada demasiado, mas sabia que carregava uma responsabilidade muito grande.

Alguns colegas me perguntavam se eu estava tranqüilo para o discurso.
Em nenhum momento menti. Disse que sim, estava nervoso, mas que era normal, sempre fico assim, apesar de ter certa familiaridade com palcos.

A cerimônia seguiu normalmente. Até que chegou o momento. O meu momento particular em meio ao momento de cada um dos formandos.
Desloquei-me até o púlpito sob aplausos.

Após os cumprimentos devidos, dei início ao tão esperado discurso.
Falei pausadamente, dando a ênfase que cada palavra ou frase merecia.

O silencio geral mostrava que as pessoas gostavam do que ouviam e se concentravam a espera do próximo parágrafo.
Tentei manter um contato visual com o público, apesar da concentração.

Fiquei tão concentrado que, apesar de todo o esforço, não consigo lembrar algumas coisas.
Dei entonação especial ao parágrafo final. Forte e incisivo.

Após o “muito obrigado”, o auditório explodiu em aplausos. Foi muito bom.
Impossível descrever minha felicidade ao voltar para o meu lugar e ver vários colegas chorando, me cumprimentando, agradecendo tudo que eu havia dito.

Senti que havia atingido o objetivo.
Para complementar, nos discurso das autoridades, recebi elogios diretos.

Primeiramente, o Secretário de Segurança Pública me elogiou, fazendo menção direta ao meu nome. Disse ainda que, como havia mencionado anteriormente o Diretor da Acadepol, essa realmente era uma grande turma de formandos, a julgar pelo Orador. O Orador, segundo ele, era a síntese da capacidade dos formandos e que a ênfase dada no final do discurso, demonstrava a imensa vontade em fazer a diferença.
Fiquei anestesiado.

Logo após, o Governador do Estado, referindo-se a mim apenas como “o Orador”, mencionou partes do texto, segundo ele, muito bem colocadas, a respeito do Estado Democrático de Direito, e guiou seu discurso nessa linha de pensamento.
Era realmente um acolhimento muitíssimo maior do que eu imaginava.

Terminada a cerimônia, vários colegas vieram me cumprimentar e agradecer. Pessoas com as quais eu nunca havia conversado. Parentes dos formandos, da mesma forma, me parabenizavam.
Certamente, nunca havia recebido tantos parabéns nem tantos elogios como naquele momento.
Os dias que se seguiram também foram de agradecimentos.

Vi fotos da formatura sendo compartilhadas com trechos do discurso. Colegas me adicionando para agradecer. Agradecimentos colocados no grupo privado do Facebook, entre outras tantas.
A missão havia sido cumprida.



 

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