24 de setembro de 2012.
Após a apresentação, seguido de um bom descanso no fim de
semana, chegava a hora de começar de verdade, em uma segunda-feira, com a
semana toda pela frente.
Aprendi que essa não é uma tarefa puramente nossa.
Nossa função na SI é apurar a autoria e, então, remeter o
procedimento ao cartório para a lavratura das outras peças.
Ainda pela manhã, meu colega me informou que faríamos uma
condução de preso.
A adrenalina já sobe só com a notícia, é inevitável.
O indivíduo foi preso em flagrante por embriaguez ao volante
e estava calmo.
O levamos até o presídio na viatura.
Apesar do receio, foi uma coisa bem tranqüila.
A tarde começou com trabalhos burocráticos internos.
Meu colega me convidou para pegar alguns documentos no
Forum.
Havia um mandado de prisão.
Ele pediu o endereço e, após ouvir minha resposta, começou a
se deslocar para lá.
Pensei que passaríamos na Delegacia buscar mais alguns
colegas.
Acredito que não tenha me avisado com antecedência ou por
que já é uma tarefa comum para ele, ou pra que eu não ficasse nervoso.
Perguntei se iríamos só os dois efetuar a prisão e ele, em
tom de brincadeira, disse que sim, afinal eu tinha quinze tiros a disposição na
arma.
Fazia sentido. Ou não.
Fiquei pensando em como agir. Descer com a arma na mão? Poderia
parecer muito agressivo.
Descer com a arma no coldre? Poderia parecer que estava
achando fácil e dar margem para uma reação do indivíduo a ser preso.
Na dúvida, deixei a arma na cintura, mas bem visível, como
um aviso.
Meu colega pediu pra eu guardar uma cópia do mandado no
bolso e deixar a prancheta na caminhonete, pois, caso precisasse correr, era
mais fácil.
Correr? Barbaridade!
Quando chegamos perto do endereço, ele pediu pra eu ajudar a
procurar, talvez estivesse pela rua, um indivíduo branco e muito forte.
Muito forte? A coisa só piorava.
Eu só pensava em um indivíduo muito forte, recebendo a
notícia de que iria ser preso e olhando pra mim pensando: “eu ouvi bem?”
Logo vi que mais uma viatura discreta nos acompanhava e
fiquei mais tranqüilo.
Ele não estava em casa.
Diligenciamos em vários locais, mas não o encontramos.
Fiquei triste.
Já estava preparado psicologicamente pra prender o cara. Ou não.
De qualquer forma, valeu o dia pelos novos aprendizados.
A segunda lição, certamente, foi: ESTEJA SEMPRE PRONTO!
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