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sábado, 12 de janeiro de 2013

Um dia de sorrisos debochados.



A semana passou voando.

Cada vez mais trabalho.

O fato de cinco colegas de Seção estar de férias contribuiu.

No início da semana recebemos informação de que dois indivíduos de Porto 
Alegre estariam em um beco conhecido da cidade, consumindo e vendendo drogas com velhos conhecidos da polícia.

Decidimos ir até o local para identificá-los.

Fomos m quatro colegas, por garantia.

Próximo a esse beco, há uma esquina, onde há mercancia de drogas.

Sabemos disso.

Todo mundo sabe disso.

Mas, depois de muitas abordagens e prisões eles ficaram mais espertos.

Mas continuam por ali.

Quando a viatura discreta se aproximou, três indivíduos saíram um para cada direção, caminhando calmamente.

O beco iria esperar.

A abordagem tinha que ser feita.

Escolhemos um e fomos na sua direção.

Aprendi que devo esquecer o resto e cuidar as mãos.

Apenas as mãos.

Quando sentem que serão abordados eles simplesmente largam o que trazem e permanecem com uma passividade invejável.

Ele caminhava com as mãos fechadas, esbanjando tranquilidade.

Quando nos aproximamos mais e a viatura parou ao lado ao seu lado, percebi 
ele largar algo.

Falei para os colegas: ele largou!

Desci rapidamente da viatura a tempo de vê-lo largar mais alguma coisa.

Cheguei “em cima dele” e mandei mostrar as mãos.

A decepção.

Eram apenas pequenas sementes verdes de uma árvore conhecida.

Revistamos, mas ele não trazia nada com ele.

Liberamos e tivemos que vê-lo sair com um sorriso debochado no rosto.

Voltamos para o beco então.

Perguntamos para uma senhora dobre os indivíduos.

Segundo ela, um era seu filho, que teria vindo passar uns dias com a família ali.

Mas já havia voltado para Porto Alegre.

Quanto ao outro indivíduo, referiu não ter visto por ali.

Tudo esclarecido, meu colega pediu para que eu pegasse o nome de um outro rapaz que estava ali, só por garantia.

Quando me aproximei ele disse que não diria seu nome.

“Então vamos te levar pra Delegacia pra te identificar”, falei pra ele.

“Não sei por que”, ele disse.

“Ou tu me dá teu nome ou vai com nós até a Delegacia, tu escolhe” continuei.

E então ele me deu o nome.

E outra vez aparecia o sorriso debochado, mesmo que em outro rosto.

Não tinha nada de errado, apesar de várias passagens por posse de entorpecentes.

Quis apenas dar uma de malandro.

De qualquer forma, eu, que antes apenas observava e quase nunca falava nada nessas situações, consegui me impor de forma que ele respeitasse o meu trabalho.

A roda gira e vamos ver quem vair rir de quem.

4 comentários:

  1. Um dia da caça, o outro do caçador hehehe

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  2. Sou Policial Civil em Minas Gerais e frequentemente passo por situações desse tipo. Nessas horas a mão coça pra tirar uma casquinha com esses malandros! Mas infelizmente não vale a pena arriscar por tal besteira.

    Parabéns pelo blog. Abs!

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