Saímos na terça-feira, dia 18 de setembro, rumo a Porto
Alegre, pois a posse seria dia 19.
Pegamos muita, mas muita chuva pelo caminho.
Chuva sem cessar. Por vezes mais fraca, outras vezes mais
forte, mas permanente.
Pra se ter uma idéia, saímos antes das 15h de São Luiz
Gonzaga e chegamos em Porto Alegre por volta das 23h. Muito, pra um percurso de
menos de 600 km.
Eu havia reservado um lugar na ASSTBM, Associação dos
Sargentos da Brigada, mas como Porto Alegre estava embaixo d’água,
literalmente, resolvi aceitar o convite do meu amigo João Fernando e passar a
noite no apartamento dele.
Foi difícil dormir, confesso.
Embora estivesse extremamente cansado, a preocupação e a
ansiedade teimavam em roubar-me o sono.
A ansiedade e a dúvida já haviam me roubado algumas lágrimas
na hora de me despedir da mãe e da namorada.
Tudo isso pelo fato de eu saber que inevitavelmente ficaria
longe de casa.
Não havia ficado bem classificado e, portanto, dificilmente
conseguiria uma das poucas vagas perto de casa.
A maioria das vagas era na região metropolitana.
Mesmo as do interior eram muito longes de casa.
O meu sentimento era de que aquela despedida era definitiva.
Viria raramente para casa e teria de me acostumar em uma
cidade diferente.
Mesmo com todas essas preocupações, o sono acabou me
vencendo e eu dormi.
Acordamos cedo. A organização exigia nossa presença às 7h.
Como a garoa ainda incomodava um pouco, fomos levados para
um lugar coberto, atrás do Palácio da Polícia.
Separados em quatro grandes grupos, fomos levados até o salão
onde seria a cerimônia de posse.
A cerimônia foi simples e rápida.
Logo nos deslocamos, em ordem de classificação, para assinar
os papéis referentes a posse.
Depois dali, o destino era a Academia de Polícia.
Temi pela organização da escolha das lotações e pela entrega
do material.
Várias vezes critiquei a Academia pela forma como conduzia
algumas coisas.
Dessa vez, me surpreendi positivamente. A organização estava
excepcional. Ainda mais levando-se em consideração o grande número de pessoas
envolvidas, tanto na escolha, quanto na organização de tudo.
Dos 500 nomeados, eu havia ficado em 323º.
Isso significava uma escassa possibilidade de escolha.
Havia levado uma mala com quase tudo o que precisaria para
sair dali e ir apresentar-me onde quer que fosse lotado.
Apesar de ter quinze dias para entrar em exercício, uma
demora poderia fazer a diferença, já que outros colegas seriam mais “antigos” e
teriam preferência em futuras promoções.
Tinha em mãos uma lista de cidades que distavam em torno de
300 km de São Luiz Gonzaga.
A ordem de preferência era essa: São Borja, Cruz Alta, Santo
Augusto, Três Passos, Carazinho e Tenente Portela.
As primeiras estavam na lista por desencargo de consciência.
Seria difícil que estivessem disponíveis até chegar minha vez.
Se não conseguisse alguma delas, meu destino seria a Serra.
Tentaria Carlos Barbosa.
Não queria ficar na região metropolitana.
Por ordem de classificação, foram sendo chamados pequenos
grupos até o salão principal.
Um telão no térreo auxiliava aqueles que, como eu, esperavam
sua vez, já que mostrava quais vagas ainda estavam disponíveis e quais estavam
sendo escolhidas.
Não preciso nem dizer que o tumulto em volta do telão era
grande.
Quando a escolha já havia passado do 100º colocado a Luana,
minha colega e também de São Luiz Gonzaga, veio correndo avisar que as quatro
vagas para São Borja ainda estavam lá.
A notícia era excelente, mas eu ainda deveria torcer para
que pelo menos uma restasse até chegar minha vez.
Comecei a acompanhar o telão mais seguidamente.
O processo de escolha continuava e logo uma das vagas de São
Borja sumiu. Restavam três.
Como a Luana também tinha interessa em uma das vagas em São
Borja, a margem de possibilidade continuava pequena.
Logo entrei na fila, aguardando a chamada para o Salão principal.
Já não enxergava o telão e ficava mais ansioso.
Depois de mais um tempo fui chamado ao Salão principal com
mais nove colegas.
Havia mais de cem colegas sentados, esperando chegar sua vez
de escolher.
Ainda pude ver a Luana escolher uma das vagas em São Borja.
Restavam duas vagas e quase cem colegas pra escolher. O negócio era torcer.
Logo uma menina que eu não conhecia escolheu uma das vagas
em São Borja. Restava uma.
O telão do salão principal mostrava as vagas da seguinte
forma: havia dois grandes quadros, um com as vagas do interior (DPI) e outro
com as vagas da região metropolitana (DPM), mas não apareciam de forma
concomitante. O quadro do DPI aparecia primeiro, com o quadro do DPM logo
abaixo. A separação era feita por uma barra de rolagem.
Os colegas iam escolhendo, minha vez se aproximava e a vaga
em São Borja ainda estava ali.
Quando chegou minha vez, quase pulava de alegria. Havia conseguido
a vaga em São Borja, 100 km de casa.
Para alguns, a classificação final não fez diferença, já que, apesar de ficarem entre os últimos, conseguiram os lugarem que queriam inicialmente.
Depois disso, era hora de pegar o oficio de apresentação, a
carteira funcional, o certificado de conclusão do curso, a arma, as algemas e o
colete.
Era hora de voltar pra casa, aproveitar o feriado do dia 20
de setembro e apresentar-me na Delegacia de Polícia somente no outro dia.
Tudo havia saído melhor do que eu imaginava.
HahAhAHa... Cara, tô gostando do seu blog. Pretendo ser agente no próximo concurso (Goiás) e aqui é uma ótima fonte pra saber o que será do meu futuro profissional se alcançar a classificação.
ResponderExcluirAbraço!
Bandeira.
Obrigado Bandeira!
ExcluirSiga acompanhando o Blog.
Abraço!
Eu pretendo seguir para PC do ES ....e estou achando seu blog uma experiência viciante ....vlw mesmo .....
ResponderExcluirMuito obrigado Bidias!
ExcluirAbraço!
Olá, muito bom seu blog, conheci hj e já li quase a tudo! Rs
ResponderExcluirGostaria de saber se sua colocação leva em conta seu desempenho no concurso ou apenas na academia?
Abraço!