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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Investigação no interior


Três dias puxados!
Três dias trabalhando no interior, em uma Fazenda enorme.

Fomos comunicados sobre possíveis irregularidades e nos deslocamos até lá.
Saímos muito cedo na terça-feira, por volta das 06h.

Nossa chegada causou certo estremecimento nas pessoas que estavam na propriedade.
Todos ficaram estranhando o fato de chegarmos cedo e, ao que parece, não entendiam o que fazíamos lá.

Acompanhamos a contagem dos animais enquanto conversávamos com os funcionários, colhendo informações.
Tudo de forma discreta, entre conversas sobre a lida de campo, um “causo” e outro, fazíamos pequenos questionamentos.

Não demorou para algumas coisas começarem a aparecer.
No turno da tarde, um colega e eu começamos a chamar cada um dos funcionários separadamente para prestarem depoimento.

Tudo feito na Fazenda, utilizando um notebook.
Acho que foi onde pude utilizar de forma mais concentrada as técnicas aprendidas na Academia.

Há todo um jogo na hora de fazer as perguntas.
Eu fazia várias perguntas sobre determinados assuntos, desde trabalhos rurais até o relacionamento entre os funcionários, e, no meio, fazia a pergunta que eu realmente queria a resposta.

É um jogo interessante.
Tomei esse cuidado pelo fato de que, se deixasse claro aquilo que eu realmente queria saber, corria o risco de que isso fosse omitido, por qualquer motivo.

Percebi que alguns, por medo ou qualquer outro motivo, davam respostas genéricas, não entravam em detalhes.
As vezes, advertíamos novamente sobre o compromisso em dizer a verdade e a possibilidade de responderem por falso testemunho.

Claro que essas advertências eram feitas com jeito, num tom de conselho, pois não se pode amedrontá-los a ponto de não conseguir mais nada.
Os outros colegas seguiam em outros afazeres colhendo informações.

De vez em quando, comentávamos uns com os outros aquilo que já havíamos colhido, para que todos estivessem a par de tudo o que acontecia.
Nesse primeiro dia saímos da Fazenda por volta das 21h.

Trabalhamos direto, com uma pequena pausa para o almoço.
O segundo dia, na quarta-feira, também começou cedo.

Continuamos a colher depoimentos e informações.
Hoje, fomos um pouco mais tarde para a Fazenda.

Não havia muito a ser feito.
Tínhamos que pegar as assinaturas das pessoas ouvidas na Fazenda.

Tivemos que imprimir os termos na Delegacia, pois a impressora da Fazenda não funcionou.
Chamamos novamente um a um, foi lido o termo de declarações, para mostrar que não havia sido alterado, e colhida a assinatura.

Aluns colegas passaram a noite na Fazenda, para evitar qualquer incidente.

O final do dia de hoje foi um pouco mais tenso.
Um pequeno desentendimento entre funcionários.

Nada que precisasse nossa intervenção.
Mas provavelmente não precisou nossa intervenção pelo fato de estarmos lá.

Se não estivéssemos...
Esse fato já demonstrou o quanto nossa presença a nível de campo foi importante.

Nada foi concluído.
A investigação segue.

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