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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A prisão e o aprendizado.


Não pude escrever ontem.
Mas foi um dia interessante.

Na noite de terça para quarta-feira, finalmente, caiu um dos principais assaltantes do centro da Cidade.
Já sabíamos quem era.

E ele estava ficando descuidado e cada vez mais atrevido.
Era questão de tempo para ser pego.

Após praticar mais um assalto, foi perseguido por populares, pelos colegas da Brigada militar e por uma equipe da Polícia Civil, que o prenderam escondido em um pátio de uma casa deitado atrás de um pé de bananeira.
A notícia da prisão correu logo e algumas vítimas compareceram na Delegacia.

Até mesmo as que, até então, não haviam registrado ocorrência.
Nos organizamos e deixamos tudo pronto para realizar o reconhecimento pessoal no turno da tarde.

Oito vítimas compareceram.
As oito reconheceram.

E ainda há mais vítimas!
A prisão foi um alívio para todos.

Há a possibilidade de que estivesse praticando um ou dois assaltos, no mínimo, por dia.
Com os reconhecimentos, certamente ficará um bom tempo fechado.

Tudo isso deu uma correria danada.
Arrumar pessoas para auxiliar como coadjuvantes no reconhecimento.

Mais duas testemunhas...
Mas deu tudo certo.

Hoje, no turno da tarde, fomos cumprir um mandado de busca e apreensão no interior.
As notícias recebidas não eram boas.

Poderia haver recalcitrância.
Então, fomos em cinco policiais, em duas viaturas.

Todos com colete, todos armados, todos atentos.
Ao chegar, apenas uma mulher com uma criança pequena estava na casa.

Na verdade, haviam duas casas na granja.
Mostramos o mandado e ela prontamente auxiliou, nos levando para uma das casas, onde, supostamente era o endereço que procurávamos.

Enquanto entrávamos na casa, ela saiu dizendo que iria buscar o filho pequeno, para não deixá-lo sozinho.
Um colega mais experiente, orientou uma colega a segui-la.

E ela foi.
Apressou o passo para tentar alcançá-la.

Entrou na casa a tempo de vê-la esconder uma arma embaixo de umas roupas.
Não era a que buscávamos, mas, diante disso, foi apreendida.

Todos conduzidos para a Delegacia.
A arma, conforme o dono, possuía registro.

E isso foi confirmado posteriormente.
A mulher, assustada, pensou estar ajudando o marido fazendo o que fez.

Não vi o desfecho, pois não acompanhei o registro e as oitivas.
Mas acredito que foram liberados após o registro.

De qualquer forma, ficou o aprendizado de não descuidar nunca.
Em nenhum momento.

Em nenhuma circunstância.

4 comentários:

  1. Recalcitrância... Falando assim nem parece policial novato..rsrs

    Informações, digamos, descabidas essas... Nunca vi cidadão com arma de fogo registrada seja pelo DPF, seja portador de CR de atirador ou colecionador pelo EB atirando na Polícia. Quem atira na Polícia é bandido que não vai a loja comprar arma, nem a registra.

    Qual o motivo do mandado? Espero que não tenham encrencado com a arma regularizada. Para mim, todo cidadão que quisesse possuir ou portar armas de fogo deveria ter o direito de fazê-lo com facilidades. Até ser incentivado, afinal, a segurança pública é responsabilidade de todos, não dá pra sempre esperar pela Polícia... Desse modo, a violência diminuiria exponencialmente, com os bandidos ficando menos insolentes. Como no caso relatado hoje, se o bandido preso soubesse que suas vítimas estivessem armadas, ele não teria coragem pra tanto.

    Luiz, não querendo ser chato, mas você sendo da Polícia Civil e esse blog voltado pra relatar suas experiências, não seria mais adequado você usar os termos corretos, como: em vez de assalto, escrever roubo?

    Papa Charlie

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    1. Não sei exatamente a qual procedimento está relacionado o mandado, já que fomos apenas cumpri-lo.
      As informações eram de que ele estaria reiteradamente fazendo uso dela para ameaçar e intimidar pessoas que iam até lá, além do fato de não querer sair da propriedade em função do término do contrato de arrendamento.
      É difícil saber quem está certo ou não, então temos que fazer nosso trabalho...
      Além disso, a arma encontrada não era a buscada e não estava com a pessoa que, inicialmente, fomos procurar.
      Mas foi encontrada e não possúia registro no local.
      Então, foi apreendida e a pessoa conduzida até a Delegacia para verificar sua regularidade ou não.
      Quanto aos termos, o Blog não é lido somente por pessoas con conhecimento técnico.
      Muitas não sabem, ainda, diferenciar um furto de um roubo.
      Então, entendi que o termo "assalto" diria exatamente aquilo que eu queria que entendessem: o fato de alguém, armado, abordar uma pessoa na rua e exigir algum bem.
      Imaginei que se escrevesse roubo, poderia dar margem para interpretações diversas.
      Abraço!

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    2. Bom relato e boa resposta Luiz! Se tivesse a opção de curtir, podes crer que eu curtiria! Abraço! PCERJ

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    3. Luiz, nesse caso, voces estao corretissimos! Retiro o que eu disse prematuramente (informações descabidas). Bom trabalho e abraço!

      Papa Charlie

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