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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Não aqui. Não comigo.


Voltando depois de muitos dias em casa.
Parece que estou iniciando do zero.

E a preguiça é inevitável.
Mas, como tem de ser, não parei o dia todo.

Organizando tudo, ficando a par de tudo que havia chegado na minha ausência.
O número de procedimento, aparentemente, continua o mesmo.

Com uma pequena diferença.
Muitos casos complexos, mas com possibilidade de serem resolvidos.

Muitas informações chegando e outras a serem colhidas.
Atenção total para não perde o fio da meada.

Meu novo parceiro tem um ritmo diferente.
E isso é normal, cada um tem um jeito diferente de trabalho.

Saímos muito atrás de informações, a tarde toda.
Agora percebo claramente a membrana frágil que há entre a honestidade e a desonestidade.

As pessoas prejudicadas nos pedem auxílio, pedem para que solucionemos os casos.
E, por vezes, oferecem “o que for preciso” para atingirmos tal objetivo.

Logicamente não aceitamos.
Isso não faz parte da minha personalidade ou do meu caráter.

Mas agora entendo como pessoas “com a cabeça fraca” podem corromper-se facilmente.
Nada justifica, que isso fique bem claro.

Não, não estou tentando justificar condutas de policiais corruptos.
Mas fica claro que isso pode não começar por iniciativa policial.

As pessoas acham que oferecendo presentes ou recompensas as coisas andarão da melhor forma.
Infelizmente isso acontece em alguns lugares, não há como negar.

Mas não aqui.
Não comigo.

7 comentários:

  1. Luiz, não apenas recuse. Prenda! Art. 333 do CP.

    Fala-se muito em corrupção policial, todavia a corrupção não se encontra apenas na esfera policial, e sim, infelizmente, em todo canto. Em todas as atividades as pessoas corrompem-se, claro, se quiserem.

    A verdade é que, na Polícia, a maioria esmagadora dos policiais têm uma segunda atividade profissional (para terem uma vida mais confortável), mesmo que isso acabe com a vida familiar, social e muitas horas de sono.

    É evidente que as empresas/pessoas que contratam policiais o fazem porque esperam algum benefício, algum tipo de influência em alguma situação, por serem policiais. Mas desde que nessa segunda atividade o policial não faça nada que entre em conflito com sua atividade principal, não há problema algum.

    Infelizmente, vê-se que cerca de 80%, quiçá, 90% dos policiais, seja PC, seja PM; trabalham como agentes de segurança. O que é muito ruim, pois se arriscam duplamente e na maioria desses serviços não há uma estrutura mínima que a situação exige.

    Por isso, Luiz, uma dica para você, mesmo já sendo policial, nunca pare de estudar, procure fazer pós-graduação. Procure ter uma segunda opção caso queira fazer algum serviço fora da Polícia que não seja utilizando arma de fogo. Lembre-se também que mesmo sendo um serviço público, pode acontecer de se envolver em alguma situação e acabar sendo demitido, essas coisas sempre acontecem. Sei de vários casos assim, aí o ex-policial fica simplesmente sem rumo, porque a única coisa que ele sabia fazer era 'ser polícia'.

    Finalizando, eu por exemplo, sou responsável pela área de Gestão de Riscos Corporativos de uma empresa aqui no Rio, além de ser Policial Civil.

    Abraço!

    Papa Charlie

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    1. Em uma situação clara, sim, irei prendê-lo!
      Mas foram coisas sutis, quiçá até inocentes, na ânsia de tentar fazer algo pra ajudar.
      Mas esses pequenos fatos já mostram que outros maiores podem ocorrer e, aí sim, terei de dar voz de prisão.
      Não penso em fazer bicos, mas quero continuar estudando sim.
      E acredito que esses dados sejam de grandes cidades, já que no interior, até onde sei, não chega a um número tão grande de policiais fazendo bico.
      Abraço!

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  2. Papaa Charlie, concordo com você.

    Eu sou autônomo há mais de 13 anos, tenho minha família formada, filhos, dívids etc. Obviamente tenho dias bons e dias ruins (profissionalmente e financeiramente).

    Minha decisão de entrar para a PC foi principalmente pensando no futuro dos meus filhos, ter uma aposentadoria, uma pensão para deixar para eles caso eu venha a faltar, pois como autônomo meu trabalho morrerá comigo caso eu deixe essa vida, deixaria minha família literalmente na M.

    Com a opção de trabalhar por escala, pretendo continuar minhas atividades nos meus dias de folga, melhorando meus rendimentos e extinguindo totalmente a possibilidade da "renda extra" (falo da corrupção passiva (ou ativa mesmo)).

    Sei que muitos acham esse caminho mais fácil mas eu prefiro o caminho mais correto e mais limpo, quero deitar tranquilo todas as noites, com a sensação de dever cumprido.

    Abraço
    Fábio D.

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  3. Uma citação do Nietzsche que pode ser pertinente ao assunto abordado...

    "Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não se tornar também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você."

    Luiz, é o que todo policial gostaria, não fazer bico.. rsrs
    Claro, até há policiais que não o fazem, mas vivem na pindaíba, o que não recomendo a ninguém. Não é aconselhável, por exemplo, um policial não ter o seu próprio carro, ou, como sei que acontece no Rio e São Paulo, policiais morarem onde há domínio territorial por traficantes armados ou muito perto desses locais. Acredito que exceto os policiais federais e de um ou dois estados conseguem viver bem com apenas o salário do governo.

    Até que você realmente pode não fazer bicos e conseguir viver razoavelmente bem por um tempo, mas espere só mais um pouco, vai sentir necessidade de ter um carro mais possante, uma arma particular melhor (como uma Glock, tenho uma G25 e recomendo). Isso sendo bem conciso. Ah, e claro, ainda mais complicado se se casar e ter filhos, aí fica bem difícil! rsrs



    Fábio, o 'pior' é que muitas vezes o que se consegue no bico é maior que o salário da Polícia. Tenho um amigo que ganha o triplo do salário em serviços de proteção executiva, fazendo a proteção de artístas (aqui no Rio sempre tem trabalho! rsrs). Nem preciso dizer que ele só consegue esses serviços por ser policial... Mas claro, apesar do salário da Polícia não ser alto, todo mês está garantido. Aí a dica que fica é: além de ter a aposentadoria certa do governo, é bom pensar em uma previdência privada também.

    Acredito que você seja aqui do Rio, então, aqui no aqui (desconheço a situação em outros estados), se você está lotado em uma Delegacia Legal, DEDIC, Especializada, Recursos Especiais, que aumenta a remuneração total; caso fique doente ou se aposente, você perde esse extra. Por isso que alguns proscrastinam a aposentadoria. A perda chega a ser de R$1.500. Acho que tem uma lei a ser aprovada que muda esse quadro...

    Bom serviço a todos!

    Papa Charlie

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    1. Como eu imaginei, vocês são de grandes cidades, onde é difícil viver com o salário de polícia.
      Eu sempre morei no interior do Estado do RS e aqui o custo de vida é bem mais baixo, nem se compara.
      A grande maioria dos policiais tem uma vida razoável, casa própria e carro sendo apenas polícia, ainda mais quando a esposa também trabalha e ajuda na renda familiar.
      Meu pai é policial militar e minha mãe é professora.
      Meu pai nunca fez bicos e conseguiu nos dar um padrão de vida legal.
      Por isso acho que não precisarei.
      Abraço!

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  4. Papa Charlie, eu ainda não sou policial, estou no certame do concurso de 2012 (inspetor de 6ª classe) - RJ, aguardando chamada para inscrição na ACADEPOL.

    Espero trabalhar por plantão para poder continuar com minha atividade como autônomo (nada a ver com segurança pública), mas não descarto a idéia de fazer segurança de executivos, bom saber que esse mercado aqui no RJ é muito promissor.

    Depois que estiver dentro eu vejo como fica, por hora são só especulações mesmo.

    Abraço
    Fábio D.

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    1. Fábio, parabéns por ter chegado a essa fase do concurso. Quando tomar posse do cargo e entrar de fato na gloriosa PCERJ, seja muito bem-vindo e sucesso!
      Abraço.

      Papa Charlie

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